Crenças Limitantes e o Ciclo da Autossabotagem
Toda crença limitante está estruturada no medo seja ele consciente ou inconsciente.
Logo, se faz necessário entender que a autossabotagem se inicia com o medo inconsciente que temos de perder. O que é muito comum naqueles, que, por algum motivo, carregam a crença de não se sentirem merecedores de algo.
Quando o medo nos paralisa e acabamos, em virtude disso, deixando de fazer algo importante, temos ai o medo gerando sentimentos de perda, culpa e frustração.
Do Medo a Culpa
O sentimento de culpa, muito comum em quem se autossabota, é capaz de gerar certo controle sobre alguém de tal maneira que este já não consiga mais fazer escolhas focando no presente. Desta forma, e, de maneira inconsciente, a pessoa que segue por este caminho, acaba por dar preferência em amargar a viver no passado e se retroalimentar daquilo que a fez estar ali. Temos aqui o ciclo da autossabotagem tomando conta da vida de alguém através da culpa .
Medo, Culpa e Raiva
Depois da frustração, depois da culpa, com a cabeça voltada para o passado e incapaz de modificar o que aconteceu, a próxima etapa consiste em tomar caminhos, que contribuam para que esta pessoa continue a remoer o amargor da perda, passando assim a converter todo esse negativismo para fora de si através da raiva.
A raiva é uma energia poderosa e ativa. Por esta razão, nesse estágio do ciclo da autossabotagem, o uso desta energia negativa se faz tão competente, visto que possibilita projetar todas as acusações internas, sofrimentos e frustrações absorvidos por alguém em outras pessoas e situações alheias.
Medo, Perda, Frustração, Culpa, Raiva, Medo: Ciclo da Autossabotagem
Infelizmente, quem vive permanentemente em fuga, com medo de perder, acabará sempre fazendo suas escolhas com o auxílio do inimigo.
Fazer escolhas se apoiando no medo é como dar prioridade a paralisia, a infertilidade; é se apoiar na ideia antagônica de demolir quando se pretende construir e realizar projetos. Quem faz escolhas desta forma não tardará a se sentir culpado. E, consequentemente, ainda que de maneira inconsciente, também passará a projetar sua culpa nos outros.
A principal característica da autossabotagem é não permite a sua evolução. É por essa razão que o ciclo da autossabotagem se baseia tanto na culpa e no medo. Afinal, é muito mais fácil se vitimizar que seguir em frente; é muito mais cômodo olhar para os outros que olhar para si mesmo.
Autossabotagem e os Padrões da Infância
Tudo o que foi visto até aqui pode ter suas raízes na infância. Isto é, desde um projeto de vida frustrado ao sentimento de viver uma vida que girar em círculos, ou, sem conseguir mesmo sair do lugar. Saiba que tudo isso pode remeter a situações pontuais que te marcaram, mas, que estão escondidas em seu subconsciente.
Vivemos uma luta constante contra nós mesmos; ou melhor, contra nossos dilemas inconscientes. Portanto, é importante compreendermos que tais repetições de comportamento, as quais nos dispomos a viver, nada mais são do que a manifestação externa de nossas experiências traumáticas reprimidas. Ou seja, as situações traumáticas vividas, principalmente na infância, voltam na vida adulta, pois necessitam de resolução.
É preciso saber se a crença por trás de uma ação é saudável.
Todo o processo de autossabotagem está diretamente relacionado com a capacidade destrutiva que a repetição de determinados costumes, traumas, situações mal resolvidas podem exercer na vida de alguém. É por esta razão que as pessoas precisam começar a perceber o que as faz caminhar para determinados objetivos; o quanto disso as faz paralisar ou decair; e, o principal: se todo esse padrão insistente não estaria relacionado diretamente com situações que necessitam de uma releitura.
Experiências e Afetos Reprimidos: Porta para o Ciclo da Autossabotagem.
Reprimir emoções, memórias e até mesmo afetos, é a forma inconsciente que encontramos de nos proteger de experiências, que de alguma forma perturbaram o nosso equilíbrio emocional. Porém, ainda que não sejam percebidas em nosso campo consciente, situações mal resolvidas e perdidas em nosso subconsciente, bem-vindas ou não, são capazes de repercutir em nosso cotidiano sem pedir a devida licença.
Você Consegue Se Perceber em Algum Desses Exemplos?
Todas as experiências que envolvem o ciclo da autossabotagem são bem ilustrativas e de percepção quase que instintiva. Vejamos então alguns exemplos:
- É possível perceber o processo de autossabotagem se manifestando na vida de pessoas, que relatam estar sempre desempregadas. Pessoas estas, que, quando confrontadas a fundo, se espantam com a descoberta de certas ações inconscientes, as quais estariam praticando, e que estariam fazendo de suas vidas um verdadeiro paralelo com a vida de seus pais. Sim! Existem muitos pais, que, durante a infância dos filhos, acabam reforçando tanto a ideia de desemprego dentro de casa, que esta condição termina por fazer parte da memória coletiva da família.
- Outro exemplo interessante é o caso de algumas mulheres que não conseguiam engravidar; mas, que acabaram descobrindo em uma experiência ruim, num voto íntimo feito na infância, a razão para que estivessem passando por essa difícil situação.
- Problemas matrimoniais também cabem como um bom exemplo, pois, revelam facilmente aqueles que, por muitas vezes, buscaram no parceiro a estabilidade que não conseguiram ter na família; e, por conta disso, acabaram por sabotar o próprio relacionamento. Quem se casa acreditando que o parceiro deve suprir suas necessidades não atendidas na infância, ou, em outras situações semelhantes, revela uma motivação equivocada, que figura claramente em uma ação de autossabotagem de maneira a distorcer a realidade em prol de tentar contornar feridas do passado.
Resumindo, as crenças limitantes, construídas a partir de traumas e outros problemas emocionais, podem convergir em padrões perigosos, os quais arriscam expor a vida de uma pessoa a verdadeiros ciclos estéreis, infrutíferos.
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