Crenças Limitantes
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As crenças são parte fundamental da nossa vida. Elas moldam a nossa percepção do mundo e influenciam nossas ações e comportamentos. No entanto, nem todas as crenças são positivas ou úteis. Algumas crenças podem ser limitantes e impedir o nosso crescimento pessoal e profissional. Essas crenças limitantes podem nos impedir de alcançar nossos objetivos e realizar nosso potencial máximo.

Neste artigo, vamos explorar o que são crenças e crenças limitantes, como elas afetam nossas vidas e como podemos superá-las. Vamos discutir as diferentes formas como as crenças limitantes se manifestam e como elas podem impedir o nosso progresso. Também vamos falar sobre como identificar e desafiar essas crenças limitantes, substituindo-as por crenças mais positivas e úteis.

Sistema de Crenças

Você já reparou que nossas ações são constantemente influenciadas pelo que acreditamos e pelo quanto nos entendemos capazes, ou não, de realizar o que julgamos importante?

A esse sistema feito “daquilo que acreditamos” ou “daquilo que nos entendemos capazes” damos o nome de sistema de crenças.

Sendo assim, podemos dizer que sistema de crenças é um conjunto de percepções que regem nossa maneira de ver, agir e reagir diante das circunstâncias. Trata-se de uma bagagem emocional aderida por nós com capacidade para determinar boa parte de como vemos e entendemos as pessoas, as situações, os ambientes, ideias, ou experiências específicas de vida; bem como o reflexo que tudo isso causa em nossas atitudes, isto é, em tudo o que somos.

Nessas condições, é importante frisar que o sentido de crença, aqui, não se traduz a uma ideia de religiosidade. Trata-se de uma denotação psico-emocional de como nossa estrutura mental percebe o mundo e de que forma esta percepção está refletindo em nossas vidas.

Crenças Positivas ou Negativas?

Nosso sistema de crenças pode aderir a duas categorias de crença: as positivas e as negativas.

Quando o sistema de crenças é majoritariamente positivo, as crenças então funcionarão como potencializadores do que há de melhor no ser humano, de maneira a lhe proporcionar estrutura necessária na superação de desafios, resolução de problemas e no reconhecimento e conexão com boas experiências.

Infelizmente, não podemos dizer o mesmo quando o sistema de crenças é majoritariamente negativo. Quando isso acontece, as crenças tendem a limitar o indivíduo em suas ações, além de proporcionar perdas constantes de oportunidades. Entre outros aspectos, também podemos dizer que uma pessoa dominada por um sistema de crenças ruim tende a sofrer com a síndrome do impostor entre outras diversas formas de autossabotagem.

O Que São Crenças Limitantes?

A Crença limitante provém da ideia de aderência da mente a um padrão com características limitantes. Ou seja, são verdadeiros filtros negativos, pelos quais nos enxergamos e nos relacionamos com o mundo.

Trata-se de um conjunto de pensamentos, emoções e sentimentos negativos, que interiorizamos e cristalizamos suas propriedades em nossas emoções e hábitos a ponto de passarmos a conduzir nossas vidas respeitando tal configuração.

As crenças limitantes estão relacionadas principalmente a acontecimentos do passado, visto que precisam de tempo para serem interiorizadas e cristalizadas em nós. Por esta razão, a infância é sempre o período mais comum para a instalação de crenças tanto positivas quanto negativas, dado que a plasticidade do cérebro humano possibilita o armazenamento de aprendizados com mais eficiência.

Portanto, toda a vivência que gerou alguma forma de aprendizado, ou que nos provocou alguma forma de afeto negativo, seja esta oriunda de ação única (traumas), ou mesmo de ações cotidianas, garantirão um conjunto de pensamentos e sentimentos padrões, os quais formarão as nossas crenças limitantes.

Como se Desenvolvem e Atuam as Crenças Limitantes

As Crenças Limitantes Atuam em Ciclo

Ciclo das Crenças Limitantes
Ciclo das Crenças Limitantes

Crenças Limitantes e as 3 Crenças Primárias do Indivíduo

Enquanto a cognição nos muda de fora para dentro pelo senso da razão e do reconhecimento quanto aos nossos hábitos, a investigação do que compõem nossa identidade, nossa estrutura de crenças, faz o trabalho inverso ao tocar em nossas informações internas, o que garante não só o conforto, mas também a racionalidade tão necessária, a fim de que passemos a desenvolver maneiras mais satisfatórias de fortalecimento psicoemocional.

Para entendermos melhor como essas crenças estão armazenadas e qual seria a maneira mais apropriada de trabalhar na superação desses padrões, didaticamente, podemos avaliar esse sistema com base no que seriam três crenças primarias – Identidade, Capacidade, Merecimento.

Crenças primárias

Crenças de Identidade

Essa crença se baseia na interpretação que fazemos de quem somos. Ou seja, é através dela que estruturamos nosso entendimento emocional do ser; de quem podemos ou não podemos ser.

Se atente para as perguntas abaixo:

  • Quem é você?
  • Quem você acredita ser?
  • As características que alimentam o seu quadro de identidade, isto é, de quem você é, se compõe majoritariamente de qualidades ou defeitos?
  • Você vê mais qualidades ou defeitos em você?

Portanto, se você se enxerga de forma depreciativa, com toda a certeza, terá grande probabilidade de atrair para si não só um modelo de vida negativo, mas também um círculo de pessoas que se adéque a ele. Logo, entender a maneira como nos vemos nos permite assimilar o que vem nos limitando e como podemos, a partir disso, estruturar um processo de mudança.

Crença de Capacidade

Essa crença se baseia no entendimento que eu assimilo do que eu posso ou não posso fazer. Após o entendimento de que eu sou começo então a fazer uma interpretação de minhas capacidades, ou seja, do que consigo fazer, de minhas potencialidades ou falta delas.

Todavia, cabe salientar que, muitas vezes, acreditamos que somos bons em algo, contudo, não nos sentimos com capacidade para realizar. Isso acontece porque nem sempre a crença do ser (identidade) definirá o entendimento que temos sobre nossas capacidades (fazer).

Crença do Merecimento

Em alguns casos a pessoa tem boa consciência de si, tem bom entendimento sobre quem é; tem amplas capacidade e até consegue crescer, se desenvolver, se realizar como pessoa e profissionalmente. Porém, quem possui embutido no seu íntimo a crença do merecimento, por não se sentir merecedor, tenderá a se autossabotar a fim de atender seu padrão interno.

Pessoas com essa crença limitante também possuem a tendência de não conseguirem fazer para si. Isto é, são brilhantes, exemplares, mas, nunca para desenvolver algo para si. Não conseguem se ajudar a crescer, mas, conseguem fazer isso muito bem pelos outros.

As 2 Classificações de Crenças Limitantes

Até aqui pudemos assimilar o sentido de crenças; o que é de fato importante para o entendimento concreto das crenças limitantes; afinal, nem toda a crença é ruim.

Logo, vimos até o momento que as crenças são interpretações que fazemos do que ouvimos ou
presenciamos repetidas vezes ao longo da vida e introjetamos, ou seja, tomamos como uma verdade. Essas crenças podem ser boas e nos auxiliar na busca por nossos objetivos; ou, podem ser negativas e prejudicar, bloquear, limitar totalmente nosso caminho até eles. Por isso, enquanto não nos dispusermos a fazer as mudanças necessárias desses padrões internos limitantes, continuaremos nutrindo e materializando esses padrões negativos num verdadeiro ciclo infinito.

Todavia, antes de descobrirmos como lidar com tais crenças limitantes, precisaremos saber um pouco mais de suas características.

As crenças limitantes podem ser de duas maneiras distintas, semântica e vivencial, sendo elas transmutadas de formas diferentes.

Crença Semântica

As crenças semânticas começam a fazer parte de nós através dos registros que interiorizamos ao longo da nossa vida a partir daquilo que vimos ou ouvimos, mas não desenvolvemos uma vivência propriamente dita.

Como Lidar?

Para modificar uma crença limitante semântica, se faz necessário mudar o sentido da crença do negativo para o positivo. Neste ponto, a repetição se torna importante, pois, a mente precisa se familiarizar o mais íntimo possível dessas novas verdades, para que as memórias mais antigas possam dar espaço as mais recentes.

Veja a seguir exemplos de transposição de crença semânticas.

Transposição de Crenças Limitantes Semânticas

Crença Vivencial

Esse tipo de crença está relacionada a situações vivenciadas na pele, e, por este motivo, se apresentam carregadas de emoções. Logo, não se trata de crenças que se encontram apenas no âmbito das ideias, dado que foram de fato presenciadas, e, por esta razão, encontram-se enraizadas no inconsciente e na memória consciente com mais profundidade.

Como Lidar?

Você não consegue modificar uma crença vivencial apenas tentando modificara a maneira de pensar. As crenças vivenciais pedem mais do que isso; isto é, mais do que o pensamento, é preciso modificar a emoção atrelada a ela.

Vença as Crenças Limitantes
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Vencendo as Crenças Limitantes

1. Se Desapegue da Sua Autoimagem

Precisamos nos libertar da imagem que fazemos de nós mesmos. Infelizmente, algumas pessoas confundem essa autorrotulagem com autoconhecimento. Cuidado! São duas coisas muito diferentes. Enquanto o autoconhecimento nos ajuda a enfrentar os desafios do dia a dia, a autorrotulagem tende a se transformar num personagem, que nos impede de enxergar como somos e de buscar uma real evolução.

A cada momento da vida é nos dado uma nova possibilidade de fazer novas e melhores escolhas. Todavia, essas tais chances que recebemos da vida para nos aproximarmos mais da pessoa que deveríamos ser, acabam por se perder quando nossa preocupação se volta para a opinião alheia.

Logo, se você deseja seguir padrões diferentes na vida, comece fazendo uma reflexão sobre o quanto você se permite mudar. Pare e analise se você esta se colocando em ação na busca por desenvolvimento ou se sua postura até aqui andou se limitando a obedecer a opinião dos outros.

2. Não Fuja dos Confrontos da Vida

As pessoas não são perturbadas pelos acontecimentos em si, mas, pela interpretação que fazem deles. Ou seja, nenhum fator externo, por mais complicado que pareça, se compara a interpretação que você dá a eles. Portanto, o que atrapalha nossa estabilidade e paz interior é a historia que contamos para nós mesmos.

A vida do ser humano é algo complexo; e, por conta disso, não existe como controlar todos os acotecimentos que a circuda. Mas, ainda que não possamos mudar as circunstâncias, é muito possível manter o controle sobre a forma como reagimos ao que acontece.

Logo, se toda solução se baseasse somente em acontecimentos externos, estariamos dando ao que não temos controle o poder para nos deixar na posição de vítima. E sim. Pode parecer contraditório, mas, quanto mais procuramos formas de fugir dos problemas sem resolvê-los, mais estaremos ináptos para lidar com nossa própria vida.

Somente quando ficamos expostos as adversidades é que poderemos usar disso para nosso fortalecimento. Afinal, a capacidade de adaptação é crucial. Uma habilidade de fácil aderência quando nos encontramos expostos as circunstâncias adversas.

3. Aprenda a Ressignificar

Partindo do pressuposto de que uma situação pode ter “n” significados, poderemos então adotar o melhor deles para lidar com as adversidades.

É estranho pensar que nós, seres humanos, dificilmente paramos para pensar que muitos dos significados que damos as coisas são inúteis. O fato é que você pode mudar o significado dos acontecimentos quando se permite olhar por uma perspectiva diferente.

Quando conseguimos mudar a maneira de ver uma situação, poderemos dar a estas novos significados, o que podem implicar em ações e resultados melhores.

Entenda que ressignificar não significa negar a realidade, pois, aceitar o que não podemos mudar faz parte do processo. Ou seja, é a partir do entendimento do que não podemos mudar, que nos abrimos a novas possibilidades e uma nova visão perante a circunstância.

Dar murro em ponta de faca não é nada útil. Todavia, quando entendemos que existe uma abundância de outras oportunidades e possibilidades para escolher, nos tornamos mais flexiveis e adaptáveis.

Mudança de Perspectiva, mudança de comportamentos, mudança de resultados.

Problemas são oportunidades para aprender e seguir em frente. Quando nos abrimos a possibilidade do insucesso, do dar errado, é ai que poderemos usa da existência dos problemas para nossa vantagem.

4. Novos Hábitos

Uma vez encontrados os padrões negativos na mente, nos afetos, é chegada a hora de modificar os padrões também nos hábitos. Precisamos ser mais eficazes no agir; e, para que isso aconteça, o autoconhecimento não pode ficar só no campo das ideias.

Toda mudança de padrões mentais se constitui num processo de aprendizagem. Desta forma, toda mudança de hábito precisa ser encarada como parte de um processo de aprendizagem, no qual tende a se tornar mais complexo a medida que vamos evoluindo.

Portanto, não adianta perder seu entusiasmo tentando fazer algo muito grande no campo da ação apenas porque sua mente já entende os novos padrões. Em outras palavras, ainda que você consiga enxegar oportunidades, novidades; e, mesmo que agora você consiga enxergar fora daqueles padrões viciados, o processo de aprendizagem deve ser sempre do menor para o maior e nunca o contrário disso.

Minihábitos

O campo das ideias é alimentado por resultados. Logo, se você não se colocar em ação, ou pior, caso se coloque em ação da forma errada, tenderá a voltar para os padrões sabotadores mais uma vez. Nessas condições, qual seria o modo certo de agir?

Resposta: comece sempre pequeno, com mini-hábitos em vez de hábitos, com mini-metas em vez de metas.

Isso se faz necessário porque você precisa acreditar na sua capacidade de influenciar um resultado. Mas, para que isso aconteça, sua crença precisa estar baseada em fatos. Nessas circunstâncias, não existe maneira melhor de alcançar resultados do que os pequenos hábitos.

Não é errado ter grandes objetivos, mas, para se alcançar bons resultados, o tamanho dos hátitos tem sua relevância. Por isso, não desista dos seus sonhos, das grandes mudanças, apenas quebre em pequenas partes, em etapas os meios que você tem para alcançar. Progrida sempre, porém, respeitando seus limites.

5. Chega de Reclamação!

Não é segredo para ninguém que quanto mais reclamamos de algo, maior esse algo ficará, e, consequentemente, aumentaremos essa reclamação num ciclo sem fim.

Falamos muito até agora em ressignficar, em mudar o foco. Pois bem! Se quanto mais você reza, mais assombração te aparece entenda: reclamar não é a solução. Reclamar é o mesmo que dar murro em ponta de faca, pois, ninguém muda uma circunstância na base do grito, esperneando, entre outras atitudes infantis.

Aqui também cabe aprender a aceitar a situação e a olhar por outro ângulo. Porém, além desses aspectos, também é muito importante que aprendamos a lidar com nossas emoções.

Quando seu desejo é positivo, mas, sua imaginação sobre uma situação apontar para o negativo, não lute contra os seus sentimentos. Pelo contrário, aprenda a acolhê-los a fim de entender as suas fragilidades para ganhar força. Afinal, ter o domínio interno da situação e ter novas perspectivas passa pela capacidade que você tem ou não de lidar com suas fragilidades.

Você quer sair do ciclo das crenças limitantes? Então, aprenda a ressignificar os acontecimentos. Desenvolva formas de sair do ciclo das emoções limitantes trazendo cada uma delas para a racionalidade.

O Copo está Meio Cheio ou Meio Vazio?

E aí? Na sua vida, você tem visto o copo meio cheio ou meio vazio? Parece até um detalhe, mas não é. A depender do lado do copo que você se posiciona a olhar, isso pode mudar toda a percepção que você possui sobre a sua vida, além de dizer muito sobre suas emoções, seus hábitos e comportamentos.

A maneira como interpretamos as situações, principalmente as que vivemos, dependem muito do que incluímos ou excluímos de nosso campo de percepção. Por esta razão, se faz necessário manter uma atenção especial sobre nosso sistema de crenças.

Quando nosso sistema de crenças compreende vícios em sua configuração, nossa mente tenderá a se limitar quanto a interiorização de novas perspectivas, visto que uma mente assim só consegue enxergar pelos próprios filtros e, consequentemente, tendendo a excluir tudo o que diferir destes.

É por essas e outras, que se faz tão importante entender as representações internas que vamos tendo ao longo da vida, bem como nossas programações mentais, pois, nossas percepções externas em boa parte, se alinham ao que queremos ver ou ao que damos conta de ver.

A Vida da Mais do Mesmo

Suas experiências de vida são afetadas pelas perspectivas, que você adota. Ou seja, dependendo do significado que damos aos acontecimentos vamos nos sentir e nos comportar. A questão aqui é: com quais filtros você vem enxergando a sua realidade?

A nossa volta encontraremos sempre quantidades significativas de oportunidades e problemas, porém, a questão que fica é: onde estamos colocando nosso foco?

Se você acreditar que pode, ou, se acreditar que não pode, nos dois casos você terá razão. Nossos resultados dependem muito de como olhamos e nos colocamos perante uma situação.

A vida dá mais do mesmo. Portanto, se você de alguma forma se viu dentro desse ciclo de crenças limitantes, comece a adotar o que aprendeu aqui. Isto é, comece a por em prática pequenas mudanças na sua maneira de ver e sentir as circunstâncias. Aprenda a mudar o seu foco perante as situações e adote novos hábitos.

Atue naquilo que você pode concertar buscando sempre a solução. Afinal, não é nem um pouco inteligente passar a vida dando poder aos problemas. Menos construtivo ainda é dar crédito a pensamentos, diálogos internos, a uma parte sua que não acredita nas suas capacidades. Você com toda a certeza foi feito para mais.

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